Início » O que fazer no Acre: turismo, cultura e natureza

O que fazer no Acre: turismo, cultura e natureza

Publicado em

Localizado na imensidão da Floresta Amazônica, o Acre ainda é pouco explorado por turistas, mantendo viva sua essência natural e cultural. Apesar de sua distância dos grandes centros turísticos, o estado oferece belezas únicas, experiências autênticas e uma imersão profunda na biodiversidade e nas histórias da região Norte.

Do legado dos seringueiros à presença viva dos povos indígenas, da gastronomia diversa às trilhas por florestas preservadas, o Acre revela um Brasil pouco conhecido. Conheça a seguir o que fazer no Acre e se surpreenda com um destino que vai além do imaginado.

Rio Branco: coração urbano da floresta

Capital do Acre, Rio Branco é ponto de partida para quem deseja explorar o estado. A cidade combina modernidade com heranças históricas do ciclo da borracha, criando um ambiente acolhedor e culturalmente vibrante.

Palácio Rio Branco e o centro histórico

Erguido em 1930, o Palácio Rio Branco é um dos mais importantes edifícios históricos do estado. Sua arquitetura neoclássica abriga exposições sobre a Revolução Acreana e os povos originários que ocuparam a região. Próximo dali, o centro histórico é repleto de praças, igrejas e construções que preservam a história dos seringueiros e migrantes.

Calçadão da Gameleira: símbolo do início da cidade

Às margens do Rio Acre está o icônico Calçadão da Gameleira, primeira rua da capital. Além de ser um dos pontos mais fotografados da cidade, abriga uma árvore centenária cercada por lendas locais. A caminhada pela orla permite ao visitante respirar a atmosfera amazônica de maneira leve e simbólica.

Museu da Borracha e Biblioteca da Floresta

O Museu da Borracha traz uma imersão histórica no ciclo da borracha e na trajetória dos trabalhadores da floresta, em especial os seringueiros nordestinos que migraram para a região. Já a Biblioteca da Floresta é um ponto de encontro do saber amazônico, reunindo estudos sobre biodiversidade, cultura e conhecimentos tradicionais.

Cultura viva: religião, povo e arte

O Acre carrega em sua alma uma diversidade de tradições que envolvem não apenas os costumes indígenas e seringueiros, mas também influências internacionais surpreendentes.

Igreja do Santo Daime e Mestre Irineu

Rio Branco é o berço do Santo Daime, doutrina espiritual que mistura elementos cristãos, indígenas e africanos. Fundada por Mestre Irineu, a religião está centrada na região do bairro Irineu Serra, onde está a primeira igreja do movimento. Além de representar a fé de milhares de seguidores, o local também desperta interesse de estudiosos e turistas curiosos pelas práticas ancestrais da Amazônia.

A arte dos Povos da Floresta

A Casa dos Povos da Floresta promove exposições com artesanato indígena e seringueiro, instrumentos de caça, trançados em palha, objetos cerimoniais e produtos feitos com borracha natural. O espaço valoriza o conhecimento tradicional e reafirma o papel desses povos na preservação da floresta.

Gastronomia do Acre: sabores e fusões

A culinária acreana reflete os caminhos que o estado percorreu em sua formação. Com influências indígenas, nordestinas, sírio-libanesas e andinas, os sabores locais surpreendem pela diversidade.

  • Quibe de macaxeira e arroz: versões locais de quibe, consumidas especialmente no café da manhã.
  • Carne de sol com pirarucu: mistura das proteínas mais tradicionais da floresta.
  • Tacacá, vatapá e saltenha: pratos com forte presença amazônica e influências externas.
  • Açaí regional e frutas exóticas: destaque para açaí mais espesso, cupuaçu, pupunha e buriti.

No Mercado Velho e na Praça da Revolução estão os principais destinos gastronômicos da capital, reunindo barraquinhas e restaurantes consagrados.

Natureza intacta: trilhas, rios e animais da floresta

Quem vai ao Acre em busca de natureza encontra muito mais do que esperava. Ecoturismo, turismo de base comunitária e vivências ambientais fazem parte da experiência.

Parque Ambiental Chico Mendes

Parque Ambiental Chico Mendes

Com 56 hectares de floresta nativa, o parque é um tributo à luta ambiental do seringueiro Chico Mendes. Suas trilhas ecológicas, maloca indígena, casa de seringueiro e zoológico com 276 animais permitem contato íntimo com a biodiversidade amazônica. O espaço também abriga feiras, espaços para piqueniques e atividades educativas.

Horto Florestal

Horto Florestal

Localizado na área urbana de Rio Branco, é uma alternativa prática para quem deseja natureza dentro da cidade. Oferece pista de corrida, lagos, espaços para atividades físicas e barracas de artesanato regional.

Observação da fauna e flora

Entre os animais observados estão antas, jacarés, jibóias, sucuris, macacos e inúmeros pássaros amazônicos. A região também abriga árvores centenárias, como a gameleira e a sumaúma, além de plantas medicinais utilizadas por povos da floresta.

Cruzeiro do Sul e o parque nacional da Serra do Divisor

A 630 km da capital, Cruzeiro do Sul é outra joia do turismo acreano. Segunda maior cidade do estado, guarda charme histórico e funciona como base para quem deseja conhecer o Parque Nacional da Serra do Divisor.

Patrimônio histórico e Rio Croa

O centro urbano preserva construções da era da borracha, incluindo igreja, mercado e ateliês de artesanato. O Rio Croa, nas proximidades, convida à contemplação com suas águas límpidas e comunidade tradicional que vive em harmonia com a floresta.

Serra do Divisor: paraíso natural na fronteira

Criado em 1989 e também conhecido como Serra do Moa, é um dos parques nacionais mais preservados e isolados do Brasil. A área, na fronteira com o Peru, reúne:

  • Montanhas escarpadas e cavernas
  • Cachoeiras cristalinas
  • Comunidade tradicional com apenas 50 famílias
  • Biodiversidade rara e endêmica
  • Trilhas intensas com pernoites em redes

A experiência no parque é voltada ao ecoturismo de imersão, com agências locais promovendo roteiros sustentáveis e coordenados com moradores locais.

Xapuri: caminho de Chico Mendes

Símbolo da luta ambiental e cidade natal de Chico Mendes, Xapuri mantém viva sua memória. A Casa de Chico Mendes está aberta à visitação e mostra objetos pessoais, obras e registros de sua militância. O município também possui pequenas pousadas e opções de trilhas pela mata no entorno do centro urbano.

Melhor época para visitar o Acre

Apesar das chuvas presentes ao longo do ano, os meses mais secos e ideais para turismo vão de maio a setembro, quando é mais fácil acessar o interior da floresta e fazer trilhas. As cheias dos rios ocorrem entre novembro e abril e também apresentam paisagens únicas, com vegetações parcialmente submersas e rios caudalosos.

Dicas importantes para viajar ao Acre

  • O Acre está duas horas atrás do horário de Brasília; no horário de verão, a diferença chega a três horas.
  • A estrutura turística é modesta fora da capital; convém planejar hospedagem e transporte com antecedência.
  • Leve roupas leves, capa de chuva, protetor solar, repelente e lanterna para exploração de áreas naturais.
  • Contrate guias locais ou agências que conheçam os roteiros amazônicos e respeitem as comunidades.

O Acre é uma viagem para descobrir um Brasil que parece outro mundo: floresta preservada, cultura profunda e pessoas que vivem em harmonia com o meio ambiente. Quem escolhe esse destino não está apenas viajando — está se reconectando ao próprio significado de natureza, resistência e brasilidade.

Leia também:

Ao continuar a usar nosso site, você concorda com a coleta, uso e divulgação de suas informações pessoais de acordo com nossa Política de Privacidade. Aceito