Pouco lembrada quando o assunto é turismo europeu, a Moldávia guarda verdadeiros tesouros para quem busca experiências autênticas. Cercada por paisagens bucólicas, fortalezas históricas e tradições preservadas, o pequeno país do leste da Europa encanta com sua simplicidade e hospitalidade.
Entre vinhedos dourados, mosteiros escavados em rochas e cidades que misturam traços da antiga União Soviética com influências romenas, viajar pela Moldávia é como folhear uma antiga enciclopédia cultural ao ar livre.
O que você vai ler neste artigo:
Onde fica a Moldávia
A Moldávia está localizada no leste europeu, entre a Romênia e a Ucrânia. Sem saída para o mar, o país é predominantemente rural e montanhoso, com uma paisagem marcada por colinas suaves, campos cultivados e vinhedos que se estendem até onde a vista alcança. Sua capital, Chisinau, está situada na região central do território e é o principal centro político, econômico e cultural do país. Apesar de não figurar entre os destinos turísticos mais conhecidos da Europa, a Moldávia reserva uma autenticidade rara, que cativa viajantes em busca de história, tranquilidade e experiências fora do óbvio.
Como chegar à Moldávia
A principal porta de entrada para a Moldávia é o Aeroporto Internacional de Chisinau, que recebe voos de diversas cidades europeias, como Viena, Istambul, Bucareste e Frankfurt. Para quem já está na Romênia ou na Ucrânia, também é possível chegar por via terrestre, seja de trem ou de ônibus. O transporte público dentro do país é simples e acessível, mas viajar com um carro alugado oferece mais liberdade para explorar os vilarejos, vinícolas e paisagens rurais. É importante lembrar que algumas estradas podem ser esburacadas, especialmente fora das grandes cidades, o que exige atenção redobrada durante o trajeto.
Clima na Moldávia
A Moldávia apresenta clima temperado continental, com quatro estações bem definidas. Os verões, entre junho e agosto, são quentes e secos, com temperaturas que variam entre 25 e 35 graus Celsius. O inverno é frio e pode trazer neve, com temperaturas abaixo de zero entre dezembro e fevereiro. Já a primavera e o outono são suaves, com temperaturas agradáveis e paisagens deslumbrantes, repletas de flores ou folhas douradas. Essas estações são ideais para turismo rural, caminhadas, visitas a vinícolas e exploração cultural, especialmente nos meses de abril a junho e setembro a outubro.
Melhor época para visitar
A melhor época para visitar a Moldávia é durante a primavera e o outono, quando o clima está ameno e o campo exibe toda sua beleza natural. Maio e setembro são meses particularmente agradáveis, com temperaturas equilibradas, menos turistas e vinhedos em plena atividade. O mês de outubro é ideal para os amantes do vinho, já que marca o período da colheita e das celebrações ligadas à produção vinícola. O verão também é uma boa opção para quem deseja aproveitar dias longos e ensolarados, embora o calor possa ser intenso em algumas regiões. O inverno, apesar de frio, oferece uma atmosfera serena e permite explorar os mosteiros com mais tranquilidade.
Cultura moldava: uma trama de influências
A cultura da Moldávia é reflexo de uma complexa fusão de povos e tradições. Com raízes profundas na cultura romena, o país também abriga influências ucranianas, russas, turcas e judaicas, resultado da sua localização estratégica e de séculos de ocupações variadas.
A riqueza das festas tradicionais
Não é raro encontrar vilarejos moldavos onde ainda se celebram festivais folclóricos com trajes típicos bordados à mão, danças circulares e músicas tocadas em instrumentos tradicionais como o cobza, um alaúde popular. Dentre as festas mais expressivas estão:
- Mărțișor (1º de março): celebra a chegada da primavera com a troca de pequenos amuletos brancos e vermelhos.
- Dia da Independência (27 de agosto): homenagens à liberdade conquistada em 1991, com desfiles e apresentações culturais.
- Festival do Vinho (outubro): uma celebração dos vinhos moldavos com degustações, tours em vinícolas e apresentações musicais.
O artesanato como herança viva
Em feiras e mercados, o visitante pode encontrar tapeçarias coloridas, cerâmicas rústicas, bordados e esculturas em madeira. Esses produtos artesanais não são apenas lembranças de viagem – são expressões autênticas da identidade dos moldavos, passadas de geração em geração.
História da Moldávia: entre impérios e independência
Originalmente parte do Principado da Moldávia – junto com o território hoje pertencente à Romênia – a atual república moldava passou por diferentes domínios ao longo dos séculos, entre eles o Império Otomano, o Império Russo e a União Soviética.
A era soviética
De 1940 até 1991, a Moldávia integrou a URSS como uma de suas repúblicas. Esse longo período marcou a arquitetura de suas cidades, o planejamento urbano e, até hoje, deixa reflexos na política e na cultura do país. A língua russa ainda é bastante falada, especialmente na região separatista da Transnístria.
Independência e identidade
Com o colapso da União Soviética, a Moldávia declarou independência em 1991. Desde então, vem tentando firmar sua identidade nacional e encontrar equilíbrio em sua política externa, situada entre o desejo de se integrar mais à União Europeia e os laços históricos com a Rússia.
Paisagens encantadoras: vinhedos, florestas e colinas
Apesar de sua dimensão territorial modesta, a Moldávia oferece paisagens dignas de serem exploradas com calma. Suas vastas colinas cultivadas com vinhedos se alternam com planícies tranquilas, bosques e rios sinuosos.
Orhei Vechi: patrimônio espiritual e natural
Um dos locais mais emblemáticos é Orhei Vechi, um complexo monástico escavado em rocha, às margens do rio Răut. O mosteiro principal, fundado no século XIII, oferece uma vista panorâmica do vale e uma atmosfera de total silêncio e contemplação.
Além da espiritualidade, o local impressiona pelas ruínas de fortificações medievais e pelas trilhas que conectam pequenas aldeias tradicionais com casas de pedra e telhados baixos.
Vinhedos intermináveis
A Moldávia possui algumas das maiores adegas subterrâneas do mundo. As vinícolas Cricova e Milestii Mici são verdadeiras cidades subterrâneas, com centenas de quilômetros de túneis repletos de garrafas. Nessas adegas históricas, é possível degustar vinhos premiados e entender por que a viticultura é um orgulho nacional.
Ao incluir um roteiro pelo Chateau Vartelyou Purcari Winery, o visitante ainda vivencia casas de estilo europeu, paisagens cinematográficas e até hospedagens com vista para os parreirais.
Natureza quase intocada
A natureza moldava permanece praticamente intocada pelo turismo de massa. Há caminhadas em florestas protegidas, como o Codrii Reserve, onde carvalhos centenários dividem espaço com raposas e cervos.
Outros destaques naturais incluem:
- Vale do Dniester: ideal para quem busca pesca e canoagem.
- Reserva Natural de Padurea Domneasca: floresta aluvial propícia para observação de aves raras.
- Lago Beleu, no sul do país: onde cisnes brancos deslizam por entre os canaviais.
Além do turismo: a Moldávia autêntica
Mais do que pontos turísticos, a Moldávia oferece momentos genuínos. Um almoço caseiro regado a vinho local, uma conversa com um habitante em uma língua misturada de romeno e russo, ou a simplicidade de lojas que vendem pão artesanal ao lado de quadros religiosos.
Na época da colheita da uva ou da floração dos girassóis, o país se transforma em uma pintura ao natural. E durante o inverno, os campos cobertos de neve trazem uma paz singular, típica das regiões mais silenciosas da Europa Oriental.
Mesmo com sua infraestrutura modesta, a Moldávia entrega o que muitos destinos famosos não conseguem mais: autenticidade, acolhimento e um ritmo de vida que convida à contemplação.
Por que vale a pena conhecer a Moldávia?
A Moldávia não está entre os destinos populares da Europa, e é exatamente esse o seu diferencial. O país não busca impressionar com grandes monumentos ou metrópoles reluzentes. Ele cativa pela calma do seu campo, pelos sorrisos sinceros de seu povo e pela riqueza de uma identidade cultural que resiste ao tempo.
Viajar pela Moldávia é receber um convite para viver o agora, para saborear a vida em pequenos goles, assim como seus vinhos envelhecidos em silêncio. Uma descoberta surpreendente para quem se permite sair do roteiro comum.
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