O que pode ou não levar de comida no avião

Viajar de avião pode ser empolgante, mas requer atenção a vários detalhes e a alimentação é um deles. Muitos passageiros se perguntam se é permitido levar comida a bordo, especialmente quando querem economizar ou ter mais controle sobre o que irão consumir durante o voo.

Por isso, conhecer as regras sobre o que pode e o que não pode, levar de comida no avião é essencial para evitar constrangimentos, garantir o conforto de todos e, o principal, respeitar normas sanitárias e alfandegárias de cada país.

O que você vai ler neste artigo:

O que pode levar de comida no avião?

As regras da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), responsável pelas diretrizes da aviação brasileira, permitem o transporte e consumo de alimentos dentro da cabine, desde que respeitadas certas condições impostas tanto pela legislação quanto pelas próprias companhias aéreas.

Entre os itens permitidos estão:

Snacks e lanches secos, como biscoitos, barras de cereal, chips e castanhas;
Frutas secase desidratadas;
Sanduíches e pães simplessem recheios líquidos;
Queijos duros, como parmesão e provolone;
Doces e chocolates em embalagem original;
Alimentos embalados industrialmentee com rótulo visível.

Além disso, passageiros podem levar seus próprios alimentos para consumo a bordo, especialmente se houver necessidade alimentar específica, como dietas restritivas, doenças ou crianças pequenas.

Cuidados com alimentos perecíveis

Embora permitidos, alimentos perecíveiscomo carnes frias, frutos-do-mar ou laticínios devem ser embalados adequadamente e consumidos em curto prazo para evitar deterioração. A principal preocupação é com mau cheiro, proliferação de bactériase desconforto aos demais passageiros.

Um ponto importante: ao levar comida a bordo, prefira alimentos sem odor forte, como cebola, atum ou ovos cozidos, que possam incomodar outros viajantes.

O que não pode levar de comida no avião?

Apesar da flexibilidade, há restrições relevantes, principalmente relacionadas a líquidose controle sanitário internacional.

Restrições de alimentos na bagagem de mão

Na bagagem de mão, a ANAC e autoridades internacionais seguem as normas de transporte de substâncias líquidas, pastosas ou em gel. Assim, não é permitido levar:

Molhos com mais de 100 ml, como ketchup, maionese, mel e patês;
Iogurtes, cremes e sobremesas pastosascom volume superior a 100 ml;
Sopas ou caldos, independentemente da embalagem;
Bebidas alcoólicas acima de 70% de teor alcoólicosão totalmente proibidas;
Comidas caseiras com alto teor de umidadeque não estejam em embalagem lacrada e visivelmente segura.

Mesmo que a porção pareça pequena, o importante é o volume total do recipiente. Ou seja, um copo de achocolatado com 110 ml, mesmo tendo 10 ml consumidos, será retido.

Restrições sanitárias internacionais

Ao viajar para o exterior, a inspeção sanitária do país de destino pode configurar barreiras extras para o transporte de alimentos. Carne, frutas frescas, vegetais, laticínios e ovoscostumam estar entre os principais alimentos vetados, para evitar contaminações e pragas agrícolas.

Entre os países com maior rigor estão:

Estados Unidos— proíbe frutas, carnes e laticínios não industrializados;
Austrália— adota fiscalização minuciosa, com penalidades;
Canadá— exige declaração de alimentos e verifica sobretudo produtos naturais e não processados;
União Europeia— tem regras severas para produtos de origem animal provenientes de fora da UE.

A não declaração de alimentos na imigração pode provocar multa, confisco ou até deportação, dependendo da legislação local.

Na bagagem despachada: o que é permitido?

Pela ANAC, é possível transportar quase todos os tipos de alimentos na mala despachada, desde que obedecidas as orientações de segurança da companhia e as restrições sanitárias do país de destino.

Ao embalar comida na bagagem despachada:

Use potes herméticos, sacos plásticos e recipientes à prova de vazamento;
Evite líquidos ou molhos, pois podem se romper com o impacto;
Alimentos perecíveis devem ser bem refrigerados, mesmo em recipientes térmicos;
Identifique as embalagenscom nome do alimento e data de validade.

Lembre-se: nem sempre o que sai do Brasil pode entrar em outro país. Portanto, consulte os órgãos de controle do destino finalantes de colocar alimentos típicos na mala.

Lanches a bordo: companhia oferece comida?

Essa é uma dúvida comum entre viajantes. Nem sempre o passageiro terá comida gratuita durante o voo, especialmente em viagens nacionais. Veja a seguir o que normalmente é oferecido:

Voos nacionais

Em trechos domésticos com até 2 horas, o mais comum são snacks simples, como biscoitos, barra de cereal ou amendoim, acompanhados de bebida (água, suco ou refrigerante). Entretanto, algumas empresas não oferecem lanche gratuito, apenas serviço de bordo pago.

Em voos longos é quase certo que haverá refeições completas, com entrada, prato principal e sobremesa. As refeições são adaptadas à origem da companhia aérea e, em geral, permitem escolha entre dois cardápios.

Passageiros que seguem dietas específicas (vegetarianos, veganos, celíacos, halal, kosher, etc.) podem solicitar refeição especial com antecedência, geralmente até 48h antes do embarque.

Como transportar comida corretamente no voo

Para evitar embaraços durante o embarque e garantir que seu alimento chegue em perfeitas condições, siga estas orientações práticas:

Evite alimentos com líquidos ou molhos soltos, principalmente na bagagem de mão.
Verifique se a embalagem é segura, hermética e resistente a mudanças de altitude.
Evite embalar queijos frescos ou carnes sem refrigeração, pois o calor pode deteriorá-los.
Confira a validade e o rótulo dos produtos industrializados.
Tenha sempre um saco plástico extra, caso precise armazenar restos ou lixo.

Além disso, se sua comida exigir talheres, prefira utensílios de plástico ou descaráveis, pois itens cortantes podem ser barrados na segurança.

Dicas para evitar problemas com alimentos na viagem

Antes de embarcar, vale seguir alguns passos simples para viajar com tranquilidade:

Pesquise no site da companhia aéreasobre políticas de transporte de comida.
Confira as regulações sanitárias do país de destino– inclusive se existe formulário obrigatório.
Evite alimentos com odores intensos, que podem incomodar outros passageiros.
Informe-se sobre restrições alfandegáriasprincipalmente para produtos de origem animal ou vegetal.
Não leve comida para criança em pote de vidro, opte por versões plásticas e seguras.

Pode levar frutos do mar ou comida típica?

Sim, desde que obedecidas as seguintes condições:

A companhia aérea e o país de destino permitam esse tipo de alimento.
O produto esteja devidamente armazenado, em embalagem térmica ou isopor.
Use gelo em gel ou bolsas térmicas, nunca gelo comum, que pode derreter e vazar.
Tudo deve estar rotulado, com validade e origem.

Produtos como polvo, camarão e lagosta podem ser barrados se não estiverem bem conservados ou se forem considerados de risco sanitário.

Conclusão

Levar comida no avião é totalmente possível, desde que respeitadas as regras de cada companhia aérea e, principalmente, as normas sanitárias e alfandegárias dos destinos. Alimentos secos, embalados e práticos são ideais para bagagem de mão, enquanto itens mais robustos devem ser levados na mala despachada com cautela.

Desinformação pode causar transtornos sérios nas viagens. Por isso, o segredo está na prevenção e preparação: verifique sempre os regulamentos, embale tudo com cuidado e aproveite sua viagem com conforto e sabor sem surpresas durante o trajeto.

O que pode ou não levar de comida no avião